Oliver Kahn no banco

O gol que o Pelé errou ao driblar o goleiro do Uruguai desse jeito - - não precisava ter sido feito. Porque o drible é que era impossível, que só o Pelé poderia fazer; aí, o chute era fácil, qualquer um conseguiria, logo Pelé não precisava fazê-lo.

O aluno mete a culpa no professor, e o professor mete a culpa na diretora, mas a diretora não ouve porque neste instante ela fala é com os fornecedores.

É que a seleção joga mal e todos dizem que problema tático é problema do técnico. Mas é coisíssima nenhuma! Jogador que adora crescer burro e não pensar em coisa tática. Então fica assim, ó:

O jogador mete a culpa no técnico, e o técnico mete a culpa no Ricardo Teixeira, mas o Ricardo Teixeira não ouve porque neste instante ele fala é com a nike!

Quem viu o gramado do mundial sub-20?

A minha primeira reação ao vê-lo foi sentir falta de duas bandeirinhas no meio de campo. Porque sinuca tem seis buracos! Aquilo é grama artificial. Imagina?! Jogar futebol em grama artificial?!

É que nem alguém descobrir que uma rainha formosa não tem cu! Primeiro que ela deixaria de ser formosa. Cu pode ser nojento, mas é menos nojento que não ter cu - a limpeza excessiva é a coisa mais nojenta que tem.

(Cu, a gente só gosta de dois: do nosso e de mais um. Depois que se gosta desse outro, nunca mais se gosta de qualquer outro. Não sei por quê.)

O que se espera de uma rainha formosa é um cu bem limpinho, feito os gramados europeus. Limpinho, sem buraco. Este seria um cu indigno de um cocô!

Por isso que é tão chato ver futebol europeu. Embora seja gramado de grama, a bola rola muito! Não oferece ao jogador o desafio do buraco. E do desafio, viria a improvisação. E da improvisação, poderia sair alguma coisa melhor do que o que ele esperava.

Na Europa, o jogador corre com a bola como que dizendo - Me surpreenda, por favor! Mas a bola olha pra ele, reta, sem fazer nada. Então vem o adversário e rouba-lhe a bola, achando muito engraçado que um jogador como o Robinho tenha tanta fama.

O Robinho não vai bem na Europa porque lá não tem jogador ruim! São todos médios. E o jogador ruim - aquele capaz das maiores proezas incapazes de compensar as inúmeras falhas - é o que dá a graça do futebol, como o campo ruim!

A maior característica do time medíocre é a de não golear.

Hoje eu vi o jogo no Palestra com um tio semi-italiano ao lado. Ele estava com o filho, mas um filho do tipo que se envergonha do pai ser italiano. E o pai que envergonha o filho por ser tão italiano, sempre tem vergonha de o filho ser tão brasileiro. Não por ser brasileiro - que ele adora o Brasil -, mas por não ser italiano.

O pai se sentia arrependido de ter deixado o filho muito com a mãe. Se tornou piegas. A educação feminina é ótima para as mulheres. Com homem, o deixa bundão! Por isso, o filho olhava feio ao pai quando ele dizia palavrão.

O menino não sabe que gostar de pai que não fala palavrão é que nem resolver um cubo mágico preto e branco!

O filho gosta de futebol mas não fala palavrão. O brasileiro que não gosta de futebol ou não fala palavrão é um pernóstico! É que nem o gringo que diz que não solta pum. Soltar pum não é feio. É feio dizer que solta pum. Mas o terrível é dizer que não solta pum! Não soltar pum, não falar palavrão e não gostar de futebol é de uma higiene imunda! De uma santidade nojenta.

Por isso que o italiano gostou de mim. Ele me viu xingando o atacante Luís quando ele perdeu um gol. E quando perde um gol, eu xingo tanto, demais, porque acho que nunca mais vai ter chance de gol - e o sujeito que perdeu o gol fica sendo o culpado das minhas horas horríveis que se seguirão por o time não ter ganho.

O italiano não devia sair muito de casa, porque não punha as mãos no bolso. Punha dentro da calça - não no saco - nos lados. É mais quentinho, mas não é comum se fazer isso na frente das pessoas. O filho sentiu vergonha do pai por isso também, mas eu achei muito sincero, o senhor fazer aquilo. Isso não incomoda. Só é ruim quando se quer conquistar um broto e fazer isso. O broto vai achar fofo, mas não vai achar sexy. Mas o menino ainda sentiu vergonha. Ele não queria que o broto de quem ele gosta achasse o pai sexy, queria?

Então o senhor disse para mim que era bom fazer o terceiro gol. Eu fui ficando nervoso porque eu detesto tomar um gol e ficar naquela aflição do empate. Tinha que fazer três para poder tomar um e ficar tranqüilo.

E humilhar os adversários no dia seguinte.

O senhor disse que tinha que fazer três para o saldo de gols ficar positivo.

E o Palmeiras está medíocre porque fez dois a zero e se conteve.

Time medíocre não faz goleada em nenhuma hipótese; time bom faz goleada sem querer; e os times excepcionais jogam para golear.

ps: o filho não gritou quando foi gol.

O Inter - nacional - transcendeu a macheza das barbas roçadas de Fernandão. Foi um jogo de culhões tão exaltados, que até o cabelo descolorido de Sóbis ganhou traços viris. Clemer, mesmo se estivesse com a roupa vinho, teria imposto respeito. E Abel, o preferido de Kahn no banco, não sabe se o time melhorou com a entrada de Renteria ou se foi casual mesmo.

Nem eu sei, e não precisa saber.

O Inter tomou pressão mas cresceu no momento certo. Cresceu com um chute de longe do Alex. A trave pulsou a bola para dentro.

E com o Beira-Rio esfumaçado - por um bom motivo colorado -, Fernandão chuta e é gol.

Para esbanjar imparcialidade jornalística: quarta é dia de foder com o São Paulo.

O Palmeiras joga hoje em Fortaleza para ganhar mais um. Edmundo passa a semana inteira sem se alimentar para jantar os adversários. Alceus - que hoje não hoje, infelizmente - também. Paulo Baier passa por um regime contrário: come mais que um elefante, para chegar farto ao jogo e esbanjar elegância. Juninho prefere passar a semana no sofá com criancinhas. Diego Cavalieri defende moscas. Daniel tem o cabelo tingido para aumentar a vaidade e ser mais imponente. Nem não precisa disso.

Hoje o Palmeiras quebrará a seqüência invicta do Paraná. Tite olhará o técnico adversário e lhe dirá:- "Seis não é nada, queremos trinta vitórias seguidas. E é o que conseguiremos". O Paraná jogará coagido frente à empáfia palmeirense.

A quarta!

Quando a seleção perdeu para a França, todos nós pensamos que havia faltado um Dunga na seleção.

Então a CBF pensou o mesmo e resolveu-colocá-lo como técnico! Oh!

Isto assemelha-se muito à piada do homem que pediu ao gênio que tivesse a piroca rapando no chão, e o gênio cortou-lhe as pernas