Oliver Kahn no banco

Hoje o Palmeiras quebrará a seqüência invicta do Paraná. Tite olhará o técnico adversário e lhe dirá:- "Seis não é nada, queremos trinta vitórias seguidas. E é o que conseguiremos". O Paraná jogará coagido frente à empáfia palmeirense.

A quarta!

Quando a seleção perdeu para a França, todos nós pensamos que havia faltado um Dunga na seleção.

Então a CBF pensou o mesmo e resolveu-colocá-lo como técnico! Oh!

Isto assemelha-se muito à piada do homem que pediu ao gênio que tivesse a piroca rapando no chão, e o gênio cortou-lhe as pernas

Gol do Palmeiras nunca é somente um gol do Palmeiras. Três gols do Palmeiras nunca são somente três gols do Palmeiras.

Hoje, em Goiania, o Palmeiras vai continuar sua peremptória guinada ao Penta. O craque de estimação fará dois outra vez.

Falo isso por causa do Clêmer. Na Portuguesa, começou bem. Mas depois, foi passando de time em time, de time pior para time pior, constantemente, decaindo, mudando de casa. Mas achou o Inter.

Depos que Clêmer chegou ao Inter, só foi melhorando. É goleiro precisa de casa, por ser uma posição de confiança.

O sucesso do futebol mostra que as pessoas não são tão tristes assim. Ele nos leva ao buraco. Quando se está feliz, ele rebaixa, rebaixa, rebaixa até o chão (funk); quando se está triste, ele não eleva.

E hoje os gols do Palmeiras não serão nada além do que gols do Palmeiras.

Como eu bem disse aqui, ao Palmeiras resta somente e obviamente o título. O Vasco ficou tonto.

Como é óbvio, a recuperação palmeirense começa hoje. Os quatro pontos nos dez primeiros jogos foram para despistar. A contusão de Marcos e a briga de Edmundo e Tite, também. Aliás, Tite é o principal elemento despistório do Palmeiras. Sem saber se esta palavra existe, eu a uso, da mesma maneira que Tite comumente faz. É para despistar!

E o título é cada vez mais evidente. Se o Palmeiras conseguir vencer os trinta jogos que restam, terá noventa e quatro pontos e o título no final do campeonato.

Pena para o Inter, que, apesar ter o melhor elenco, conquistará, no melhor dos quadros, o vice campeonato.

O Oliver Kahn no banco são as três pirâmides desapercebidas - a maior mais desapercebida ainda do que as duas menores. É a modelo soltando pum. O intelectual falando palavrão. As torres gêmeas caídas. O português sem bigode. O motor da ferrari falhando. O machão tomando um susto. O matemático que perdeu a conta. A bruxa impotente. O ator pornô impotente. O campeão mundial de apnéia com falta de ar. O rato com cárie. O burguês que perdeu o emprego. Um filme gay em preto e branco. Um computador no meio do mato, que não funciona só porque falta energia. O melhor músico do mundo na Sede Barueriense dos Surdos. É cheiro de sovaco na loja de perfumes. O intelectual coçar o sovaco ao invés da axila. O comediante tímido. O sabonete da princesa com um pentelho grudado.

O Oliver Kahn no banco é o pentelho grudado mais imponente da história.

Tocava o violino, eu morria de rir, entrou a furadeira, eu me espantei. Fazia sol, eu estava no meu quarto com a janela aberta. O violino vinha de fora, de outro prédio. A furadeira vinha penetrando em minha parede.

A furadeira era imponente. Qualquer um pode usar uma furadeira. Todos usam uma furadeira. O tempo inteiro, há aqui o barulho de furadeira. Cada vez fazendo um buraquinho.

Para tocar um violino, é preciso estudar por muitos anos. E mesmo assim, não se consegue competir com o barulho de uma furadeira. Como agora.

Como eu sei que tem um violino tocando enquanto há esta furadeira berrando? Porque o violino veio antes.

E a furadeira faz agora mais um furinho. Mas este furinho era o que faltava, para junto com tantos outros furinhos, derrubar o prédio.

Um barulho ensurdecedor de bomba.

Agora, no silêncio, o violino toca sozinho.

Meu amor pediu para que eu escrevesse sobre o incêndio na estátua do Ronaldinho Gaúcho. Não tenho nada a falar sobre isso, meu amor, até mesmo porque eu não vi, mas eu sei: MAIS FEIO NÃO FICOU!

Irrita-me falar palavrão. Não é o palavrão que me irrita, mas o motivo dele. Mas o que me irrita mais é falar de filho da puta. Porque falar de filho da puta é já estar irritado, falar um palavrão e se irritar mais ainda.

É, o Parreira.

O filho da puta que não mudou o time o tempo inteiro só para provar que estava certo. Queria tanto provar que estava certo, nem que isso custasse queimar, numa copa do mundo, a geração que poderia jogar melhor dos últimos 20 anos.

"Jogar bonito é ser campeão", filho da puta.

Jogar bonito é jogar bem. E para ser campeão, é preciso jogar bem. Mas não queríamos o título. Queríamos um belo time.

Porque pagamos esse time com um alto preço. Otávio Mesquita, Globo, Faustão, Favelas, Violência, Políticos Corruptos etc é o preço do melhor time de futebol do mundo.

E quando não temos o melhor time de futebol do mundo é por causa do filho da puta que comanda todos eles. Não só dele, admitemos.

Culpa dos próprios jogadores, que não tiveram atitude. Lúcio foi o único homem em campo, por ter dado aquela entrada criminosa no Henry. O Lúcio pelo menos foi criminoso. Os outros, esconderam-se, como se jogar futebol fosse algum crime. Filhos da puta.

Nos tempos de Copa, um mal acometeu o mundo: AS CRÔNICAS DE PEDRO BIAL.

Essas crônicas são tão ruins, e ele se acha tão bom, que os bons ficaram com medo de serem tão ruins.

(Quando eu criei uma comunidade sobre elas no Orkut, fui logo avisando o dono da comunidade "Eu odeio Pedro Bial" para linkar a minha comunidade na dele. Um scrap antes do meu já havia pedindo o mesmo.)

O Lúcio, que se chama Lucimar, calou-me a boca. E calar a boca não é por eu ter falado mal. É por eu ter falado que jamais poderia melhorar.

E melhorou.

E bateu o recorde do Gamarra.

Ele não implesmente bateu um recorde do Gamarra, mas bateu um recorde de Gamarra. Foi o zagueiro que ficou mais tempo em uma Copa do Mundo sem cometer faltas. Agora, dizer-lhes-ei o que é mais incrível: bateu este recorde jogando bem!

Foi o melhor em campo nos 5 jogos do Brasil. Destaco o passe que ele deu para Kaká no segundo gol contra Gana.

- Ele poderia não entrar na jogada, que ninguém repararia.
- Além de ele ter entrado na jogada, entrou bem, ganhando todas as bolas.
- Até aí, o mérito já seria grande. Mas ele poderia ter dado o passe óbvio, desculpável a um zagueiro, ao Adriano que estava livre e impedido.
- Tocou para Kaká, ao lado, com uma visão de jogo que nem eu, vendo pela TV, tive.

Thierry Henry veio sozinho e Lúcio deu-lhe um carrinho. Lúcio teve a vontade que os outros não tiveram.

Merecia ser expulso. Para não jogar com os outros jogadores - Cafu, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano - que com ele não honraram jogar.

E no meio desta seleção apática, destacou-se o pior de todos. O pior, mas não era ruim. Ser o pior entre os bons pode até não ser ruim. E ele destacou-se porque soube se superar quando mais foi exigido. No momento certo.

Não foi como os outros, que se destacaram antes do tempo.